domingo, 15 de agosto de 2010

Os girassois já morreram

Os girassóis já morreram,
Imensas planícies inundam de nada
O final da tua vista,
Montes de lixo escorregam ao sabor dos ventos,
Que vão para o oeste juntarem-se ao crepúsculo
Nos campos da morte.
Os girassóis já morreram,
Jáz em terra infértil suas sementes,
Seus sêmens, suas mentes separadas.
Postes de cimento são cruzes sem crença,
À lhes marcarem as tumbas asfálticas,
Em que deitam, desesperadas, suas últimas folhas.
Os girassóis já morreram,
E morreram com eles nossas glórias,
A cidade e sua glória,
A guerra e sua glória,
E todas as inglórias glórias dos homens sem nome,
Que já morreram também.
Os girassóis já morreram,
E além de você,
Não existe mais vida...

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