quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Arco



Eu busco o fim do arco-iris
Esse lugar encantado onde moram seu olhos...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Etérea


Pousa, borboleta etérea
Em minha alma errante
Abraça-me por um instante
E torne a sua vida aérea

Quero teu vôo só por um momento
Guardado com ternura no coração
Para que essa angustiosa ilusão
Dê tregua ao meu sofrimento

Deixa-me no espírito tuas cores
Para que não me esqueça de tua beleza
Assim, quando me for insuportável minhas dores
Eu possa buscar lenitivo em tua mágica leveza

sábado, 25 de setembro de 2010

O tempo


O tempo não tive
Não tive nas mãos a estrela caída
Caída a alma pela guerra vencida
Sigo sem motivo pela vida

O tempo não volta
Não devolve a chance perdida
A esquecer cruelmente te obriga
Mesmo que lembrar seja a única saída

O tempo não volta
O tempo não tive


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

FIM


Fim
Apesar de nada
Apesar de nem pensar
Simples fim sem vida
Apenas dito
Apenas feito
Sem cor que azulasse o dia
Sem palavras para dizer adeus
Fim
Escrito no ar além dos olhos
Vagando no chão além do muro
Não posso nem ao menos vê-lo
Não posso nem se quer pensá-lo
Não posso pelo menos querer tê-lo
Fim
Depois nada
Nada que valha a vida
Nada que a morte não mate
Ou perpetue
Nada que não possa ser o fim
Fim

terça-feira, 21 de setembro de 2010

 

Não



Não vi estrelas
Nem céus
Nem luas
Vi ruas que ocultavam seus passos

Não vi olhares
Nem corpos
Nem acenos
Vi sonhos tropeçando em um adeus

Não me vi
Nem senti
Nem chorei
Era tarde demais para existir

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Haikai


Esse jardim não morre
Esse jardim não corre
...Ai, que tédio

Sonho



Eu tive um sonho lindo
Em lugar muito, muito distante
No qual, você, por um instante
Foi minha, inteira, feliz, rindo

Foi só um sonho...Findo

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Só um talvez


Você me disse jamais
E eu só queria talvez
Ou uma vez
Agora só
As nuvens formam tanto você quanto adeus
E a chuva derrama o nada que somos
Sobre flores secas por nunca terem sido dadas
Ofertadas, amadas
A noite cai sobre os que nada fizeram
O que resta dos amores que guardava no peito
Escurece na luz da lua dos amantes que não fomos
E pelo jamais corre, escorre, meus segredos
Tão infelizes como eu, por não terem sido revelados
Eu só, só queria um talvez...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Amor de estranha

O que eu te vi?
O que foi que fizeste?
Qual maldito veneno me deste?
Quando foi que me perdi?

Quero de volta minha vida
Quero de volta o olhar que eu tinha
Preciso ter de novo a beleza que eu via
Quero minha estrada livre e desimpedida

Liberte-me de tuas entranhas
Malfadado dia que te conheci
Era o inferno que não reconheci
Por causa dos teus olhos, amor de estranha